terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Publicité Parfum


Sempre achei as propagandas de perfume de grife muito atraentes. Que idéia! Uma sempre mais criativa que a outra. Isso quando se considera que estão vendendo algo que só vamos saber se gostamos ao experimentar. E assim tentam expressar o jeito da fragrância - o cheiro, o estilo e o tipo de pessoa a quem se destina - por imagens geralmente elegantes, luxuosas, surreais e européias.
Curioso como as fragrâncias são descrita através de adjetivos que não tem nada a ver com o odor, mas evocam as sensações do tato e do paladar. Em francês, a palavra "parfum", da qual nasceu a nossa palavra para designar "uma mistura de óleos essenciais aromáticos, álcool e água" (Wikipedia PT), pode também ser definido, em inglês, pela palavra ambígua que designa tanto cheiro como gosto, também vinda do francês, "flavor".
Deixando de lado o capitalismo, gosto de como as propagandas expressam atmosferas mágicas ou românticas e beleza. É certo que eles querem vender um produto caro usando de meios psicológicos e da aparência de top models e atores, pretendendo fazer moda e ditar sobre sucesso e beleza, no entanto as encaro como uma forma de arte.
Quem faz propaganda de verdade não vende, entretém. Cria algo agradável que tem seu méritos a parte da qualidade do produto. E, no caso das que anunciam esses tais perfumes luxuosos, quase smepre franceses, visto que são os melhores visto o seu passado glamuroso (ou não) da era das trevas, além de caras e misteriosas, necessita-se de inventividade para transformar o abstrato da fragância em algo que podemos tangir. Tudo é calculado para criar uma sensação.
A propaganda principal que me levou a escrever este post foi uma de uma grife que nem conhecia. Através dela me lembrei de quanto sempre apreciei ver esses anúncios e busquei no YouTube alguns exemplares. Terminei por escolher quatro.
Cada uma tem um motivo de ter sido listada.

A primeira é a musa do post.

Um perfume de Nina Ricci. Aqui vemos ressaltado mais um motivo pelo qual essas propagandas são agradáveis: elas mexem com os ouvidos. Quando passava na TV ao meu lado, me virei imediatamente para ver o que era, atraída pela música. Acho que por isso foi tão marcante.

A segunda é um clássico que não podia faltar.

Jeito interessante de mostrar poder e inocência sedutora ao mesmo tempo. Requinte e charme são marcas registradas da Chanel.

O terceiro anúncio escolhido é da Kenzo.

O que eu vi na TV era mais bonito, mas não consegui encontrar. Sempre surreal, ao melhor estilo de Botticelli, com adendos orientais visto sua origem, gosto de como são fluentes e leves. O sussurros são impossíveis de entender, entretanto.

A quarta e última exemplar é uma da Dior.

Bastante elegante e com a banda Muse cantando algo meio francês, é moderna e misteriosa. A modelo é ninguém menos que a linda Eva Green, que junto da voz de Matthew Bellamy dá um ar "James Bond" para a composição. Os tons de azul são ótimos e o anúncio ressalta um outro ponto quase divertido das propagandas de perfume: o timbre e a pronúncia das vozes que se limitam em dizer o nome e o criador da peça de arte envolvida - por que afinal, fazer perfume também é uma arte.

Interessante que a até a popular AVON se aventurou nessa de fazer propaganda de um de seus perfumes da última campanha. Eu não sou nada fã da AVON e de seus produtos de pouca qualidade (na minha opinião), e achei curioso esse fato. AVON grife agora? Está certo que a produção é joint com Christian Lacroix. O que importa é que o ad é muito bonito. Vem como bônus da postagem:

Não tem a mesma sofisticação francesa de nenhuma das propagandas acima, porque a moça fica falando todo o tempo, mas é direcionada para um público menos culto que europeu, o brasileiro, e não deixa de ser AVON (6).

Além da mídia televisiva, as grifes investem em impressos. Nas buscas para tecer o post, descobri um site-galeria com imagens de diversas campanhas publicitárias de diversas grifes.
Quem quiser dar uma olhada visite nesse endereço:

http://publicite-parfum.miniature-parfum.fr/

Mesmo eu sendo alérgica, consigo concordar que algumas fragrâncias são realmente deliciosas. Mas, por enquanto, eu prefiro ficar apenas com as propagandas...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Minha verdade favorita




Eclesiastes 3:11 diz:

"Tudo ele fez bonito no seu tempo. Pôs até mesmo tempo indefinido no seu coração, para que a humanidade nunca descobrisse o trabalho que o [verdadeiro] Deus tem feito do começo ao fim."





quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Slowmotion rewinding

Tem certas pessoas que atraem. Testemunham com você sem motivo aparente. Nem sempre são deslumbrantes ou bem-sucedidas, mas é alguma coisa interna que atraí e embeleza todo o ser. E então você percebe que gostaria de poder passar mais tempo com essa pessoa que te parece tão especial. Quer conhecê-la, descobrir quem é. Decide que deseja que outras pessoas já conhecidas suas precisam entrar em contato com ela. Uma coisa que você sente e que te impele. Uma sensação que, interessantemente, pode durar só um instante.
É como se você olhasse para aquela presença que esteve em sua vida todo o tempo e de repente, por um pouco, nota o quanto é importante e insubstituível. Poucas são as coisas assim. Por isso, naquele momento, talvez único, você resolve apreciar o valor.
Foi meio isso. Num relancear rápido eu o achei, me parecia mais bonito do que nunca. Era difícil dizer que era o mesmo de sempre. Era? Já faz um tempo que não falo com ele. Sua voz é igual a de uma outra pessoa. Sempre me dá uma má impressão. Me faz procurar alguém que não é ele quando estamos no mesmo ambiente. Divertido! Tem um jeito maroto de ser e leve, despreocupado. E me intriga sobre o que passa em sua mente distante.
Mas não é dele que vim falar, mas do que ele evocou. Será que isso é coisa da idade? Com certeza é tolice! Um pensamento que nasceu quando olhei as costas dele. Um pensamento que nasce por qualquer relance, qualquer motivo, às vezes frívolo, às vezes tão imperceptível para os outros e que faz tanta diferença num minuto.
Como somos influenciáveis! Segundos podem fazer diferença em nossas decisões, porque um pequeno desvio no curso nos pode direcionar para um caminho completamente diferente quando estas sensações são levadas em conta.
Ele não era quem eu esperava ver, mas estava lá... Ele era só alguém com quem eu mal falava, e de repente, ele foi algo demais...
Algo demais para quê? Isso não tem resposta porque não tem sentido. Não somos nada um para o outro do que meros conhecidos. Isso não me afeta em nada. O coleguismo dele é apreciado por mim como de qualquer outro. O que há de especial nisso? Quase, quase nada. Todos os amigos são especiais, uns mais que os outros entretanto. E assim, concluo que qualquer um pode ter um momento desses na minha vida. Quando olho, não só vejo como enxergo.
Foi coisa de momento. Não teve causa ou conseqüência, um momento de vazio, um estacionar de tempo. Vi um potencial. Senti. E logo depois tudo isso fugiu de mim se tornando tão presente quanto algo inexistente.
Foi como quando andei na chuva ontem à noite e murmurei: "neve...". O que significou para mim aquele momento foi tão momentâneo que o voltar atrás em pensamentos já não significa mais nada.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Regresso

Eu sei que sumi.
Deixe-me escrever alguma coisa aqui, então.
Ultimamente tem sido meio vazio. Não gosto de vir escrever sem propósito.

Estava conversando com um colega semanas atrás. E não sei porque, viemos a discutir sobre os cinco sentidos e sobre qual deles sentíramos menos em perder.
Escolha difícil.
Eu não viveria sem a visão. Não teria como. Embora eu não pratique muito, não sei o que seria de mim sem desenhar, e sei lá se conseguiria escrever sem poder enxergar. E sem escrever eu não vivo, de jeito nenhum.
O olfato às vezes passa por despercebido no nosso dia a dia. Mas este é responsável pela grande parte das nossas memórias. Amo quando sinto um perfume e ele me faz lembrar de alguma situação, alguma viagem. Será que abriria mão disso e não sentiria falta? Mas não conheço muitas pessoas incapazes de reconhecer odores, então é improvável que isso venha a acontecer. Assim também acontece com o tato e o paladar.
A audição que nos permite sentir o afago duma voz amada, duma canção agradável ou do terrível som do trânsito em sua ausência nos faria completamente alienados do ambiente em que estamos. Mas ainda me faria menos falta do que a visão. Um mundo de silêncio com certeza soa desesperador para nós que ouvimos, e não posso imaginar qual deve ser a sensação de não saber o que é ouvir ou como lidaria com ela. Pelo menos que ainda assim existe uma forma de se comunicar através da linguagem de sinal. É um consolo agridoce, mas não deixa de funcionar.
A fala sim me faria muita falta! Cantar é uma das coisas que mais gosto. Foi a primeira coisa em que pensei quando consideramos a perda da fala na nossa conversa.
No final, não conseguimos chegar num consenso, como se é esperado.
Que assunto estranho, não? Com certeza uma pessoa que sofre de qualquer deficiência faria de tudo para se livrar dela. Mas eu que sou saudável, fico pensando e escolhendo do que abriria mão. Claro que não quero perder nenhum dos meus sentidos. E ao mesmo tempo, é uma possibilidade, mesmo que remota.
Bem, mas e quanto a você: que sentindo você acha que lhe faria menos falta?

sábado, 3 de novembro de 2007

Alive / I'll do my crying in the rain

Esse é um trecho da minha fanfic "Endless Duel". Resolvi postar por ser um dos meus momentos favoritos e por me identificar com ele agora.
Essa fanfic não foi concluída ainda, mas está em vias. Nunca escrevi nada tão longo e que gostasse tanto. Se passa em uma época medieval fictícia, mas não deixa de tratar de temas universais que tanto me agradam.
É um pouco comprido, mas acredito que embora prolixa, a narrativa flua fácil pelos olhos do leitor. Perdoe qualquer erro ortográfico, gramatical ou de concordância...
Boa leitura!

Capítulo 50 – Para se sentir vivo

(...)

Tudo era silencioso e sonolento no Covil do Gigante. A noite se arrastava entre a chuva brincalhona, que mimada, nunca resolvia quando ia embora. Com o avançar das horas, mais progredia o volume da chuva, mais arrogante ela ficava, o que não fazia diferença, porque todos descansavam. Ela exibia seus relâmpagos, seus trovões, governando a noite, destronando a lua perolada de todos os dias. Ela era a única força capaz de deter a noite e o dia, a chuva, que tudo domina com o cinza do seu véu, e de vez em quando, junto do sol, brinca de pintar, com uma pincelada traz cor para se despedir, ainda assim deixando no céu uma marca espetacular de sua presença.

Ali, entretanto, despedir-se não era a intenção dela, que mostrava desvairo. Um raio cortou o céu escuro em dois e iluminou o quarto, trazendo consigo um estalo poderoso como se o trovão fosse um felino ouriçado acuando um inimigo, como numa briga. O céu estava em guerra, a chuva desabou pesada. Heero abriu os olhos junto do som poderoso da tempestade. Sem susto.

Levantou-se, com a luz do raio viu Relena dormindo na mesa. A lamparina se despedia de sua pequena luz, e com esforço fazia claridade sobre o rosto adormecido da princesa. Heero suspirou fundo, sentindo-se letárgico no inicio e depois encontrando conforto na escuridão. Ouvia Relena respirar mais forte de vez em quando. Ficava pensando no que ia fazer.

Já era madrugada, a chuva selvagem lá fora varria os campos. Ele ouvia a força da água com uma sensação de alívio, como se junto da chuva ele descarregasse sua tensão. Ele armazenava consigo muita tensão, como se ele fosse estaticamente carregado desta o tempo todo. Havia tanto para lutar contra, quase tudo o que vivia dentro dele, e desses conflitos ia restando a carga, que o deixava eletrizado, arisco. E de algum modo a chuva significava liberação. Sempre se sentiu assim, desde criança.

Quando, sem controle de sua mente, via as torres em chamas nos seus pensamentos, se lembrava da chuva que caíra logo depois. A chuva o fazia esquecer, criava uma barreira a separá-lo de uma realidade que passou, o protegia de sofrer. E apesar da sensação boa, a chuva provocava solidão, pensamentos. Ela interrompia sua rotina, obrigava-o voltar um pouco a si por afastá-lo da agitação frenética na qual se metia.

Colocando-se de pé, caminhou descalço pelo assoalho frio até a janela fosca atrás de Relena. Olhou o rosto angélico da princesa na meia luz. Ela dormia pesado, como que por feitiço, como se por cem anos fosse jazer adormecida. E ainda assim a áurea poderosa dela a envolvia, exibindo uma pureza e energia que intrigava o cavaleiro. Ele identificava um pequeno sorriso se formando entre os lábios rosados dela. Devia ser alegria o que vivia nela, Heero não sabia entender da onde vinha tanto motivo para sorrir. Ela devia estar sonhando. Sonhar era uma coisa que ele não sabia fazer.

A chuva lá fora o chamava. O sorriso no rosto repousante dela o afastava, aumentando sua perturbação. Ele gostaria de saber por quê. Era como se houvesse algo nela algo que o incomodasse, e lhe desagradava vê-la ali, e para tanta repulsa não sabia o motivo. E essa palavra Heero também odiava. Ele não entendia aquela expressão. O que ela representava, que efeito causava nas pessoas, não conhecia nada disso. Muito menos compreendia qual era o motivo que fazia as pessoas tão sorridentes e preocupadas com ele. Nunca soube da onde se conseguia essa palavra para si. Seria comprada? Vinha no nascimento? Motivo... ele tinha um? A única coisa que o fazia viver era sua missão. Seu motivo? Ele não sabia avaliar. Motivação era muito mais que isso. Ele vivia em conflito contra si mesmo. A pior batalha.

E depois daqueles dias na cama, passando uma terrível provação da vida, aquelas questões eram ainda mais fortes nele, que não se reconhecia direito. Achava que tudo aquilo só contribuía em torná-lo mais fraco. Tinha de se resolver, porque a duplicidade era fraqueza, a hesitação era fraqueza, e fraqueza era o que ele não queria mostrar jamais.

Negava que estava fraco, mas estava.

A chuva o chamava.

Ele olhava pela janela a escuridão lá fora. Tossiu um pouco, apoiando-se no peitoril. Podia não ter mais febre, podia estar descansado, mas ainda não estava de todo pronto. Qualquer tosse exigia energia dele, suas costas estavam mais doloridas do que após uma justa. Soltou a respiração, como se desejasse esvaziar-se todo. As indagações voltavam com o oxigênio. Por que estava ali? Oh, é verdade... estava lá porque fora salvar a princesa e impedir uma guerra. Porque fazia essas coisas? Antes, a resposta dessa pergunta era fácil e pouco importante. Porém, os ventos da mudança que ele tanto temia chegaram e o arrasaram, vieram como furacão se abater contra a rocha blindada que não podia suportar tanta pressão.

Era por causa dela que estava ali? Se era, por quê? Ela lhe significava algo? Sacudia a cabeça, tentando afastar aquelas idéias. E dizia a si mesmo, tentando se enganar: Não! Nada disso... Estava ali por que fazia parte de sua missão como cavaleiro de honra. Teimava em ser um cavaleiro impessoal e desconhecia o que vivia dentro de si. Só pensava na missão que tinha como a razão de seu viver e nunca notava os mecanismos que existiam internamente para movê-lo de acordo com sua resolução. Ele ignorava suas vontades, não se conhecia.

Tossiu mais. A chuva gritava seu nome. O que ela queria?

Ele se detestava. Sabia que já não era mais assim. Descobrira muitas coisas sobre si mesmo ao longo daqueles dia. Não era mais impessoal, sabia que não era indestrutível. Deplorava seu corpo fraco, que não tinha capacidade de mantê-lo em pé por causa de uma simples febre. Ele era mais que isso, Heero não se conformava fácil. E mesmo diante de sua fraqueza, ele não pretendia se render. Era essa determinação que o permitia enfrentar tudo e ser tão forte mesmo diante do impossível. Já fazia quase três dias que ele não se punha de pé como naquele instante. Não queria ceder outra vez aos lençóis, mas seu corpo ainda extenuado clamava pela cama.

_Eu sou mais forte que isso, o suficiente para vencer a mim mesmo. Mesmo que eu seja meu inimigo agora, nada irá mudar minha resolução. Não posso me entregar.

Antes, tinha medo de suas qualidades, agora ele tinha temia as transformações, apesar de saber não ser capaz de detê-las.

Ele não tinha sapatos por ali. Desde que fora para aquele quarto, não precisou deles... Assim, não se incomodou em arranjar um par, mas saiu descalço. Cruzou os corredores ocasionalmente iluminados por raios. Queria ir lá fora, enfrentar a chuva, atender seu chamado desesperado. Ia andando pelo escuro sem ter nada para se orientar. Chegou ao salão dos troféus, reconheceu as vitrines. Sabia então que estava perto de uma saída. Ali se sentia solitário e desamparado, só a chuva parecia existir. Pelo menos era isso o que ele queria acreditar. Ele queria respirar fundo e esquecer tudo... Esquecer suas dores, sua tosse, suas lembranças ruins. Ele queria cair nos braços da chuva e se perder.

Ao parar diante da porta aberta, fitou por muito tempo a chuva se debatendo no calçamento. Ela surrava as pedras, intensa, como se fosse terna, como se fosse justa. Um raio iluminou o céu negro, mostrou-lhe a silhueta do cenário ao qual pertencia. Com um passo por vez, ele foi entrando na chuva, sentindo-a açoitar-lhe tal qual qualquer uma das pedras do chão. Entretanto, ele era capaz de senti-la. Estava gelada e veloz, cada vez que a recebia na face era como se atingido por pedriscos afiados que misteriosamente não feriam.

Aquela sensação o aliviava. Parado no meio do pátio, ele olhou para cima, sentindo a chuva acertar seu rosto em cheio, em minutos ficou encharcado. Era ele que absorvia a água ou a água que o absorvia? O chamado da chuva desapareceu. Não era mais necessário. Respirou fundo do ar gelado que permeava o ambiente. Respirou fundo mais uma vez. Ele estava ali, ninguém o podia impedir... ele sentia tudo ao seu redor.

Não tinha idéia de que horas seriam, mas pela imensa quietude e vazio, podia ter certeza de que era alta madrugada. O silêncio constante também era dominado pelo som furioso da chuva. Até seus pensamentos caóticos se deixaram calar aos poucos até que por dentro só houvesse plena quietude. Havia paz? Ele podia dizer, por um instante, que sim. Porém essa não lhe adiantava nada. Era efêmera, só pertencia à chuva e iria embora junto dela. E mesmo que fosse assim, mesmo que a organização na sua mente fosse temporária, ele adquiria algo muito mais importante e duradouro ali do que paz mental.

Tossiu, da friagem. Sentia-se tremer às vezes. Suas roupas pingavam, pesadas, seus olhos estavam pesados por causa dos cílios encharcados e dos cabelos colados em seu rosto. Ele suspirou, olhando o nada escuro em sua frente. Como cavaleiro, estava desafiando a morte outra vez. Ele precisava fazer isso para se sentir vivo. Essa sensação não justificava sua ação de se pôr em risco, mas tal não podia ser trocada por nada e alimentava a alma.

_Por que eu estou aqui? –ele murmurou, tão baixo que a chuva abafava sua voz, e ele só ouvira a frase porque fora quem a tinha dito. Um tempo de pausa transcorreu na noite sem estrelas. –O importante é que estou aqui... –concluiu, sentindo frio. Resposta que ele não estava acostumado em dar.

Era bom se sentir daquele jeito. Experiência rara para ele. Uma pessoa só é real se vive verdadeiramente. Tudo era novo para ele. Novas fronteiras tinham sido atravessadas e as coisas tinham um significado diferente. Como a chuva em seu rosto, ele se atreveu a entregar-se para sentir.

O sol veio algumas horas depois. Heero estava inexpressivo. Movia-se desanimadamente pela chuva. Outra vez, seus pensamentos entravam em desordem. E marcado pela chuva, ele respirava fundo o ar úmido que resfriava por dentro seu corpo convalescente.

Quando entrou no castelo outra vez, foi deixando um rastro de pingos por onde passava, mas não via ninguém pelo caminho. Talvez ainda fosse muito cedo. A chuva tinha diminuído muito desde que a aurora começara distante, em algum lugar onde não chovia. A viração começava a aparecer, quem sabe para levar as nuvens embora. O céu coberto de chumaços cinza aos poucos não via mais motivos para chorar, para luto. O dia ia se recuperar, se tornar alegre por si só e o sol vencedor estava cuidando disso, e lá onde surgia, muito distante, já começava a se preparar para brilhar.

Ao longo de tanto vazio, Heero fez uma pausa para escutar. Até o silêncio lhe era diferente. Encostou-se numa parede coberta de uma tapeçaria que ele não podia reconhecer e sentia-se escorrer. Sem perceber, soltou um gemido, engoliu seco, sentindo-se cansado e abatido. Deixou-se escorregar pela parede até que sentou no corredor, apoiando a cabeça na tapeçaria sem medo de que seus cabelos molhados a estragasse. Tudo nele escorria, as roupas, os cabelos, os olhos. Engoliu seco, respirou fundo e suspirou, uma rotina estranha que repetiu várias vezes, tentando fazer parar os olhos de lacrimejar. Por que aquilo estava acontecendo? Perguntar porque é querer saber um motivo. E como sempre, para ele, não havia nenhum.

Ouviu um retinir delicado de metal por perto, um som que foi se repetindo e se aproximando mais, até que na meia luz divisou um animal que vinha, sem que ele pudesse descobrir de onde. Um cachorro grande. Este veio e o olhou com jeito de dúvida, confusão, ternura.

Heero o fitou, não se preocupando em secar os olhos. E um sorriso nasceu de toda a sua dor enquanto via o cachorro achegar-se e tocar-lhe a mão com o nariz gelado. Um sorriso de verdade apareceu no rosto sempre emburrado do cavaleiro perfeito. Fazia tempo que não sorria daquele jeito sincero. Heero usou a outra mão para alisar o pêlo espesso do cão, que lhe cheirava de leve e o olhava sem prestar muita atenção, com certeza gostando do carinho. Mesmo com a pouca luz, Heero via que o cachorro era de cor muito escura e bastante idade. A pelagem do cachorro era gostosa ao toque, Heero por algum tempo ficou concentrado na atividade de afagá-lo, enquanto seu sorriso ia desvanecendo-se aos poucos.

O animal, por sua vez, parecia tranqüilo, e depois de cheirá-lo bastante, cansou, entrou por uma porta quase em frente deles que Heero não tinha notado antes. Talvez ele tivesse saído dali também... Heero levantou-se, passou uma mão pelo rosto e seguiu o cachorro, involuntariamente. Ao adentrar a sala, viu o animal se ajeitando para deitar sobre algumas almofadas grandes. Ele observou o cão um pouco, e de repente ouviu:

_O que estava fazendo lá fora, filho? –uma voz rouca e imperativa quebrou o silêncio do ambiente. Heero não demonstrou surpresa, mas deslizou os olhos para o canto, para onde originava a voz. –Eu estive a te observar... –Broden adicionou com tranqüilidade, olhando o moço.

Heero o parecia escrutinar, como que desejando saber as verdadeiras intenções do capitão. Seus felinos olhos penetravam sem pedir licença. Broden sentia-se irremediavelmente exposto. Era tal qual todos seus segredos fossem aparentes, por mais protegidos que estivessem.

_Se Treize fosse vivo e agora te visse, dir-lhe-ia ser o dono de belos e firmes olhos de um guerreiro resoluto. Tenho que concordar com ele. E mesmo assim, tu estavas a buscar algo na chuva... Pergunto-me o que poderia ser...

Heero o olhava fixamente, como se fosse mudo, o cachorro o olhava, por sua vez, esperando algo dele. Broden também o observava, determinado a não desviar o olhar do cavaleiro. Sentia como se Heero fosse uma fera acuada, esperando o momento certo de atacar e fugir. Broden lembrava de si mesmo ao olhá-lo. Nunca fora tão esquivo, mas ao mesmo tempo, sempre teve aquele olhar predador que Heero exibia, sempre glacial.

E o rapaz esnobava Broden como se tivesse esse direito. Não se esforçava em reagir, dizer alguma coisa. Olhou o redor e logo se percebeu num gabinete. Esquecera de como estava molhado e do frio que sentia. O cachorro o seguia com os olhos, pacato.

_Sei de algumas pessoas que não gostariam nada de ver-te desta forma! –ele disse em tom pilhérico, não se incomodando com a negligência de Heero. Logo ia chamar sua atenção. –Desafiar a morte nos faz bem, não é? Faz-nos sentir convencidos de algo que nos atormenta por duvidar, que estamos vivos. Sei exatamente como é, fiz muito disso, e agora sei que é tudo inútil...

_Do que está falando? –Heero indagou descrente, olhando Broden com seu ar de arrogância.

_Do vazio no teu interior.

E a arrogância dele se desmanchou em choque ao ouvir Broden. Heero empertigou-se irritado, para se proteger, porque dentro ele tinha receio.

E o capitão continuou falando naturalmente:

_Não se espante, milorde. Eu também o tinha. De certa forma, ainda não está todo preenchido. Por culpa desse vazio cometi alguns pecados tolos, não entendia o que era viver quando criança... tal tu. –Broden fez uma pausa e suspirou profundamente sob o olhar atento do rapaz. Depois, olhou-o e prosseguiu, tinha muito a falar. –Eu aprecio que a vossa juventude, tua e a dos outros que assumiram o compromisso da cavalaria, pode dar-me a impressão de correção dos meus primeiros erros. Não gosto, porém, como tu não és portador de esperança... Preocupa-me isso. Cavaleiro, um dia eu servi os Romefellers, quão iludido eu era. Achava-me capaz de faz tudo – fiz, realmente, o que achava ser certo, até que aquele modo de vida não me serviu mais. Vaguei pelo mundo então, conheci pessoas e lugares, que me hoje são queridos, tentando compensar minha vaidade, fazendo só o que era bom, assumindo causas perdidas, acreditando nos inocentes. Nessa época, cri ter conseguido esperança e felicidade. –ele falava de suas falhas sem parecer envergonhado ou triste, Heero queria entender da onde vinha aquele sentimento que Broden esbanjava e que ele não sabia definir. Broden prosseguia. –Quando soube da morte de Treize, meu estimado, aquele que me permiti eleger como o futuro daquela família vil, uma parte de mim morreu junto dele, e tudo se findou diante de meus olhos. Guardei minha esperança e trouxe-a para cá, meu refúgio desde então. Agora, criança, ouça e recebe o peso que te imponho: minha esperança renovada venho depositar em vós “Formidáveis”. Não me decepciono. Para isso te peço que arranje uma esperança para ti mesmo. Meu conselho. Respeito-te como igual.

Heero ouviu tudo em silêncio inexpressivo, mas concentrado. Buscava resolver que sensação era que via Broden sentir e de repente invejava. Sabia que era sobre esse estado de espírito que Akane falara aquele dia na mesa. E tudo o que o capitão dizia ficava nele como se Heero fosse um filtro. Quando Broden terminou, sorriu para si mesmo como gostava de fazer, com ar de enigma e satisfação.

_É a melhor forma de se provar vivo, de sentir... –e riu inexplicável. Parecia estar mudando de assunto. Heero percebia que ele sabia de algo que ele não. Isso o era em muitos sentidos.

_Venha aqui, Blitz! –Broden chamou e o cachorro negro veio logo até ele, alegre. O capitão afagou-o por muito tempo enquanto esperava Heero digerir os novos conceitos. Depois olhou o rapaz e foi falando mais. –Blitz é o meu velho amigo de jornada. Meu único fiel. Acompanhou-me em muitas batalhas. Sabe tudo o que passei, meu confidente. Já viu um da raça dele? É um pastor alemão, da minha terra, um presente... Ela era linda, mas nunca voltei para ela. Sua espera agora é eterna e eu sinto sua falta. O pior de tudo é que não posso fazer nada pra mudar isso. Se é que houvesse o que fazer, eu deveria ter feito há muitos anos, entretanto fiz escolhas erradas; quando se é jovem não se sabe do preço a pagar... Por isso te peço, milorde, que aprenda do meu erro: o amar é combater. Não pense que é sentimento para os fracos, nem que representa derrota. Amar é vencer batalha árdua todo dia, cheia de armadilhas. Não queira estar solitário sozinho. Vamos todos ser solitários juntos.

Heero o ouvia em silêncio, cada vez mais chocado internamente pelas declarações. Era exatamente igual quando Akane vinha, quando ela lhe falava. Tocava tão fundo, feria, de repente ele ouvia uma batida no peito –o coração –que não lhe obedecia.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Impressões da chuva

A chuva enfim veio nos visitar. É bom como o dia fica leve com a presença dela, sempre cinza e diáfano... Tudo no céu são ondas vaporosas de cinza e branco, e quando se enfurece, as nuvens tomam volume, ficam negras e ameaçadoras.
Ontem tomei a primeira chuva que veio, no fim da tarde. Fazia tanto tempo que não me acontecia isso! Sensação que não sei explicar. Isso porque a chuva não era tempestade, mas era daqueles pingos gelados e freqüentes que acertam sua pele sem que notarmos até estarmos completamente molhados, mas não encharcados.
É dessa chuva que eu gosto mais. Expressa sensibilidade e paz. Tudo fica sereno e quieto, tudo parece repousar não sei porque motivo. A natureza bebe com discreto prazer aquilo que a revitaliza. Ela também fica calada.
Embora as tempestades nos eletrizem junto das nuvens carregadas, elas causam espanto, e não tranqüilidade. Poder observá-las é um privilégio, são incomuns e espetaculosas. Mas a chuva fina quase garoa sorri enquanto o céu chora. Vem feliz molhar sua testa e te assustar coma surpresa do pingo generoso que te acertou, gelado.
A menina vem, atravessa a rua, duas sombrinhas nas mãos, mas ela prefere caminhar na chuva, apressada, não sei para onde vai, tão nova e de expressão tão fechada. O vento bate em nós.
O senhor corre, descendo a rua, desprotegido, mas com um sorriso alegre comenta: "que chuvinha gelada!" ao passar por mim, também sem guarda-chuva.
O menininho se esforça em se esconder dentro de uma arvorezinha mal-crescida, mal-podada enquanto a mãe grita para ele seguí-la e não ficar lá, entre as folhas.
As cores ficam mais vivas quando dispostas sob o fundo cinza. Nada como o contraste vermelho num dia de chuva. Um carro vermelho que passa fazendo espalhar a água dos pavimentos cinzas da rua. Garotos em uniformes de vermelho vivo, de futebol, fazendo aquecimento entre a chuva quedante, sem hesitar. Um guarda-chuva vermelho que passeia ocultando o rosto do dono. As luzes dos faróis são baças e tem uma pitada de encanto, como se houvesse algo de especial sobre simples lâmpadas encaixadas nos carros.

E depois que passa, dificilmente voltamos a lembrar de tudo o que a chuva, imperceptivelmente, imprimiu em nossa mente. Ela é velha conhecida nossa...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Faca na Caveira

Quando assisto a um filme não ajo como se olhasse apenas para algo simplesmente passando diante de meus olhos, mas leio e me envolvo como se fosse um livro que estivesse imaginando as ações e me aventuro a prever muitas das reações. Assim como um livro pode ser o meio de transporte para viajarmos para algum lugar, os filmes nos levam até realidades completamente diferentes.

Como todo mundo está falando dele, vou falar também.

O que senti ao assistir "Tropa de Elite", desta forma, foram os tremores que cada uma das partes passou e experimentou no decorrer do drama do filme, este apelando muito mais à mente do que as brutais cenas de violência. Nenhuma das atitudes dos personagens é realmente algo para se admirar, e a missão do filme aparenta ser documentar uma realidade que soa fictícia, mas não é.

A abordagem do filme é interessante com a objetiva da câmera fazendo de você um observador presente em cada cena e as imagens são de uma película estranha que parece de novela, e ao mesmo tempo, de reportagem. Tudo é exagerado para pender, não para o lado da idealização hollywoodiana, mas para a verdade muito mais crua e nua do que se espera. Não há panos quentes.

O filme segue baseado em um looping na história, que começa do meio e então retorna para contar tudo o que aconteceu desde o início. Existem também algumas repetições de imagens e cenas que não passam de flashes, mantendo o compasso do roteiro dinâmico e acelerado, a ponto se poder se sentir que nenhum minuto da fita foi desperdiçado com alguma cena fora de questão. A narrativa não-linear cativa e ajuda o ritmo tenso do filme se prolongar ainda mais com a ajuda da narração irredutível e rude do Capitão Nascimento.

E por falar nele, é preciso lembrar-se da forma com que Wagner Moura deu vida ao personagem pivô da história. Não conheço o trabalho dele porque não assisto novelas e não acompanhei a série sobre o JK, mas me sinto em posição de julgar como respeitável sua atuação. O Capitão Nascimento vive dois climas: um de irracional fúria ardente e outro de uma culpa dilacerante que ele sente ser seu único inimigo, ele soa frio e quente praticamente durante todo o filme, mantendo a voz forte, alta e imperativa e o vocábulo de baixo calão e desrespeitoso que se espera de um capitão de coração frio de uma tropa que não tem objetivos de paz.

A atuação de André Ramiro e Caio Junqueira de dois os aspirantes, Matias e Neto respectivamente, se aproxima de convencer, mas diverte, porque há um descabido lado bem-humorado no filme. Desde o início eleitos como os únicos capazes de sucederem o Capitão Nascimento na Tropa, os atores tiveram a dura tarefa de incorporar a força de vontade, a expectativa e a firmeza daqueles que se esforçam em alcançar a mosca do alvo através da passagem por desafios de dificuldade aparentemente insuperável.

Mas as pessoas na história do filme parecem ser o de menos quando comparadas com a ação ocorrente, que provoca uma resposta a ecoar no espírito de cada personagem, e o ciclo de vingança sobre vingança que compõe a guerra do narcotráfico. É como se tudo realmente fosse obra do acaso, como se aquilo pudesse acontecer com qualquer um e repetidas vezes e polícia e criminoso se mesclam e se revezassem no foco principal incapacitando a decisão sobre quem consegue ser mais desumano, embora todos sejam humanos com medos, desejos e defeitos.

O filme é bom? O filme é bom. Mas quem assiste é que decide, porque a polêmica que é levantada atira para todos os lados e não pergunta antes, feito o BOPE.

domingo, 14 de outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Jumanji

Vamos fantasiar...
Hoje resolvi arrumar uma das partes do meu armário. Tinha bastante coisa esquecida por lá. Entre papéis, caixa de Game Boy, brinquedos antigos e artigos de costura, tinha uma caixa de papelão lá no fundo, esquecida, uma áurea de mistério a circundava.
"Mas o que é isso?" me perguntei, puxando ela para fora. Meio que comecei a ouvir os tambores.
Abri a caixa, e tinha uma outra dentro, dessa vez de madeira. Era um estojo.
Curiosidade aumentando, tudo quieto em volta.
Lá dentro, duas divisórias e na tampa uma folha de papel.
"Xo Dou Qi"
E comecei a ler. Era um jogo.
Numa divisória, o tabuleiro, um pedaço de pano rígido. Na outra, as peças dentro de um saquinho. Dezesseis animais de metal. Aquele sentimento de Jumanji me subiu a garganta, comecei a ler a explicação. Um jogo que parece de damas, com alguns adendos.
O objetivo do jogo é chegar a toca dos animais adversários, no outro extremo do tabuleiro. Cada animal tem um valor.
E o jogo é tão bonito que não resisti e tirei umas fotos dele, depois da arrumação.
Meu irmão, lógico, ficou mais encantado do que eu e foi meu parceiro para teste.
É bem divertido e simples, mas dá para criar boas estratégias.
As oito peças de cada jogador são o Elefante, Leão, Tigre, Urso, Porco, Macaco, Gato e Rato. A tomada das peças é baseada na pontuação de cada um. O Elefante vale 8, o Leão 7 e assim sucessivamente. No tabuleiro também tem uma parte de rios que só o Rato atravessa e tem as armadilhas que deixa qualquer animal vulnerável à captura.
Mas o que mais me deixou feliz mesmo foi a surpresa! É nessas que a gente vê como é bom arrumar armário!
Na Wikipédia em Português não tem quase nada sobre esse jogo que eu nunca tinha ouvido falar, mas em Inglês tem bastante coisa, inclusive regras e algumas variações do jogo que possuo.
Ninguém aqui em casa soube dar certeza de quando esse jogo veio parar aqui e da onde veio e por quê... Provavelmente, meu pai ganhou de alguma companhia aérea (Columbia) muito generosa, mas ele não lembra porque. Ficou lá, longos sete anos guardados, no oblivion, esperando a hora que a preguiçosa fosse desencavá-lo num belo feriado ensolarado de primavera, para enfim por ordem na bagunça.
Quando vier me visitar faça questão de conhecer o Xo Dou Qi!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Melodrama

Eu não sei o que dura para sempre. Só sei da minha obsessão em fazer durar. Aquela vontade de ficar presa ao que me deixa contente.
Entretanto, sinto que estou te perdendo. Um sentimento quase egoísta. Eu sinto, não temo. O abrir mão se aprende com o tempo. Quanto a mim, não vou aprender, vou me acostumar, vou me conformar.
Criança! Em que mundo você quer viver? Você sonha? Com o quê? Queria te ajudar. Será que posso?
Interferências. Tenho de me conter em fazê-las. Não ousar encostar em nada para mudar a vida alheia.
Me deixa te ninar, mesmo que você já seja quase um adulto...
Para mim você é um presente, uma janela para eu ver o tempo passar nos seus olhos.
Como vai ser daqui dez anos? Não quero apenas te sorrir e deixar passar como se nada tivesse acontecido. Não quero te olhar como se tivesse te perdido.
Eu ouço sua voz rouca comigo - souvenir de uma viagem indescritível. Acho que ainda não vi seu sorriso verdadeiro.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Pedido

Me dê sua compreensão, mas que ela não seja sempre permissiva...
Não leve a mal. Repúdio não é uma coisa existente em mim.
Obrigada por me entender, mas não faça isso de forma banal.
Concorda? Fico feliz e contente! Um alívio!
Discorda? Não finja! Explique!
Prefiro que me advirta do que aceite cada erro meu como irrelevante.
Expresse-se.

Sinal


As coisas inanimadas vivem, elas dão sinais.
Azul, Amarela, Vermelha, Branca ou Ausente
- a Lua bem que podia ser um semáforo.



sábado, 6 de outubro de 2007

Sem Título Sem Número

O vazio tem dois sentidos:
Por um lado, é um espaço a ser preenchido. Potencial.
Por outro, é a lembrança de que algo não existe mais. A little pain.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Fones e Pingentes


Passei a pertencer a um grupo que escolhe a trilha sonora do dia-a-dia: usuários de MPTrecos.

Agora tenho um. Não faz nem um mês, mas não desgrudo dele. Nos seus 2Gb cabem quase 300 músicas, muito mais do que eu consigo ouvir. Legal por que eu vivo esquecendo o que tem dentro dele e assim não acho a seleção repetitiva.
E então, parei para notar: mais de 50% das pessoas que vejo na rua estão com fones de ouvidos bem acomodados em suas cabeças. Senhoras ou moças fazendo caminhada, estudantes correndo para escola, mulheres a caminho do trabalho, garotos passeando por aí... todos ouvindo sua música portátil.
Isso com certeza vai gerar uma leva de deficiências auditivas...
Com a queda dos preços e a banalização da tecnologia, ter uma miniatura high tech de walkman e andar com ele para lá e para cá virou fato social.
Vicia! Ter os fones no ouvido acaba se tornando um hábito, afinal, uma boa música distraí nossa mente enquanto fazemos nosso trajetos, seja andando, de bicicleta, de carro ou ônibus, ajuda a esperarmos sem perceber o tempo passar e nos mantém desligado do mundo exterior.
Minha mãe me vê e diz: "Mas já está aí com esses foninhos!" - dá a ar de obsessão para isso.
Bem, mas foi para isso que eu comprei o treco, não foi? Para torná-lo meu companheiro inseparável de aventuras...
Sinceramente, não gosto do earphone, esses pequenos que encaixam na orelha. Machuca muito, além de que o imã fica dentro da orelha, o que eu não acredito ser muito saudável. Prefiro os headphones, que agora só porque tem nome inglês e design modernoso virou coisa chique, de DJ... Eles são confortáveis, apesar de um pouco pesados, e a qualidade do som pode ser muito melhor se for escolhida uma marca confiável. A única coisa não positiva dele é que não dá para dividir o fone com mais alguém.

Agora o que me falta é comprar um pingente, um daqueles de celular, para pendurar no MPTreco. Sei que já tenho vários pingentes, já que são uma obsessão minha. São acessórios que permitem inúmeras possibilidades. Acho-os muito kawaii e divertidos de colecionar! Os mais diferentes são aqueles comprados em evento de anime.
Atualmente, meu celular ostenta um porco roxo que parece cristal adquirido num dos meus estandes favoritos, o J-World, na Anime Friends. Troquei pelo do Keroppi, que tive de aposentar devido à três anos de uso. Mesmo assim, ele é ainda meu favorito, apesar detonado está bem guardadinho, porque o primeiro -com gizo ainda e pom-pom - a gente nunca esquece.
Na penúltima FanMixCon, comprei um da Hello Kitty vestida de coelhinho rosa que muda de roupa, e como custou caro, ficou como apenas item de coleção. O do Doraemon comprei na Nippon porque estava realmente uma pechincha (com o desconto à vista, ele veio de graça) e é tão miudinho... ainda tenho dois de zíper que ganhei. Aqueles de gatos e cachorros que vinham no Elma Chips não são muito funcionais...
Tenho o projeto de confeccionar um. O desenho dele está pronto e parte do material já foi comprada, a única coisa que falta é um gizo. Um simples gizo... Já pensei em comprar uma daquelas coleirinhas de gato para pegar o gizo, mas imagino que iria sair caro demais... Acho que infelizmente terei de substituí-lo por alguma outra coisa...
Andei experimentando meus pingentes no Treco, entretanto ele gritou que queria um exclusivo. Tem que ser alguma coisa que combina, de preferência pequena, para não destoar ou destruir o aparelho que de tão fino parece que pode partir na nossa mão e não fazer volume na hora de eu guardar o Treco no bolso, já que o encaixe para o pingente e a saída do fone ficam em extremidades opostas. Farei uma peregrinação pelas lojas em busca do pingente perfeito assim que o dinheiro chegar.
Alguma sugestão?

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Acaso

Estou convencida de que nada é por acaso. Não que acredite em predestinação. Sei que não somos programados, visto que se fôssemos, não erraríamos - não estamos no mundo mitológico grego,onde erros ou acertos eram vontade dos deuses que morriam de tédio (ou de inveja) e brincavam de "The Sims" com os mortais. Deus não quis assim porque não nos obrigou, mas ele dirige nossos passos se permitirmos...
Aprendi a confiar na intuição e nos instintos. Mesmo quando não entendo os sinais sei que, uma hora ou outra, vão ser explicados.
Em muitos momentos, as situações e pessoas são recipientes de vidro, diante de meus olhos praticamente transparentes. Acho que existem várias formas de entender as pessoas. Digamos que eu tenha o "byakugan", vejo através.
Em contraste, muitos me descrevem como um profundo copo fosco.
Curioso.
Meu copo deve ser fosco, em partes, porque eu guardo o segredo de tanta gente. Se quase tudo em mim é um segredo, não me julgue por isso falsa. Quando eu falo, não espere nada menos que a verdade sincera. Se eu hesito é porque tenho medo e estou me esforçando em vencê-lo. Sua paciência pode me ajudar.
É um preço, penso: porque guardo comigo tanto das essências alheias que acabo por desprezar as minhas como inúteis e desnecessárias em comparação. É que tem coisas que na verdade ainda não entendo em mim.
Acho que o que ouve não será jamais o eloqüente.
Queria ser psicóloga não porque acho ter exatamente vocação. Mas quero estudar psicologia objetivando aprender de mim e da rica psiquê humana para empregar melhor essa fácil franqueza que causo (sou eu ou são os outros?).
Ainda assim, tudo o que senti, tudo o que vi até o presente momento me fez mais humana que nunca e ainda mais certa de que nada é por acaso.
Eu gosto disso. Torna tudo especial em nosso redor, nos obriga a ser atentos e ver sempre além do óbvio. Tudo é mais interessante assim.

sábado, 22 de setembro de 2007

Sei lá...

Eu queria escrever sobre alguma coisa aqui. Não sei bem o quê. Nunca sei. Acho que se soubesse, não teria muita graça. Ou talvez tivesse, porque não seria algo desconexo, sem razão de ser, mais interessante. Mas quem é que sabe, nesse mundo de possibilidades?
Só que chega, chega! Estou tão cansada... Tem coisas que a gente suporta, mas até isso tem limite. E eu cheguei no meu.
Eu quero respeito. Eu cansei de receber pedrada. Se eu errei, a gente já conversou isso. Eu erro, e você, não por acaso? Me arrependi, não vou fazer de novo. Você sabe perdoar?
Aprendi a ser mais tolerante do que devia. Aprendi a querer agradar as pessoas e fazê-las felizes, pelo menos, um pouco. Pelo menos, dar essa impressão. Mas eu nunca disse que era infalível.
Se eu não agrado, por favor, me deixe em paz. Pare de me condenar! Será que eu não tenho uma qualidade que você aprecie? Será que você não pode ver em mim algum sentido, alguma razão? É tão difícil assim me aceitar como eu aceito você?
Chega das pedras, chega!
Não devia estar postando isso, não devia... Vou me arrepender também sobre isso... Mas estou tão chateada com essa situação. Porque antes, a gente vivia em paz e eu considerava tanto (considero ainda) você. Queria isso de volta, queria voltar no tempo, mas não sou de fugir da realidade. Eu gosto de enfrentar os fatos e receber os tapas que a vida dá, porque isso ensina. Mas essa lição eu preferia ter ficado sem.
Não peço desculpas mais. Estou cansada. Dessa pequena rusga eu estou cansada. Não é de você, é dessa atitude intolerante. Estou triste, estou magoada, parece bobagem, mas é importante para mim. Sabe respeitar isso? Sabe passar isso por alto? Tolerar?
E para quem reclama que eu não abro o coração, tá aí. Não é só de paredões no MSN que a gente se entende...
Não era sobre isso que eu queria postar. Talvez delete depois, quem sabe?
Ninguém sabe. Ninguém se interessa em saber.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Eu desenho flores...

Quando estou entendiada ou ouvindo explicações ou palestras ou mesmo quando estou distraída, eu desenho flores... Como os psicólogos analisam tudo, até mesmo os rabiscos nascidos do nosso ócio são analisados. E como eu tenho vontade de ser psicóloga, eu me interesso saber. Mas não digo que pesquisei sobre isso... lembro bem do Prof. Raul falar que flor representa sensibilidade, delicadeza, feminilidade e a doutora Rosana, que atendia meu irmão, explicou que desenhar flor demonstra que nos sentimos amados.
De qualquer forma, sendo tudo isso relevante ou não, eu desenho flores! E vario nos tipos, daquela simplezinha de criancinha até uma tentativas de rosa, minha flor favorita, formando molduras no papel. Meu pai desenha placas. Minha mãe, quadrados que se entrelaçam e ultimamente, meu irmão tem desenhado transformers (e o que isso tem que ver com o papo?)... Acho que desenhar é uma coisa agradável, um de meus hobbies favoritos. Tenho desenhado consideravelmente bastante, mas como não costumo terminar as coisas, eles não passam de rascunhos super-desenvolvidos.
Terminei de ler Love Hina esse fim de semana. Foi interessante. Continuo acreditando que se Ken Akamatsu tivesse terminado a história com a aprovação de Keitarou na Toudai teria sido muito melhor, mas o fim não deixou de ser harmonioso com tudo. Ele é um grande roteirista, devo dizer, por que suas piadas e toda a storyline em si é muito bem desenvolvida, irreverente e divertidissima! O desenho dele, no início tão simples, acaba te cativando e você se impressiona com os detalhes.
Minha tia veio em casa e cobrou o desenho que eu prometi lhe fazer, mas nunca fiz... Também contou que leu o blog! Um Yay para a tia! Muito obrigada!
Junto dela, vieram meus tios-avós do Paraná, nos fazer uma visita. Legal conhecer esses parentes de longe, com os quais temos pouco contato.
Também, fui jogar vôlei com a turma no Parque Ecológico. Divertido, muito divertido, mas eu não sou criada na rua, então não consegui ficar descalça na quadra de areia por muito tempo não... Da próxima vez quero ir para tirar muitas fotos! E se der para aproveitar alguma coisa, coloco no Picasa, quem sabe?
E falando no Picasa, no 07 de Setembro eu fui na farmácia comprar meu remédio de tiróide e percebi que o pôr-do-sol estava pedindo para ser fotografado. Que modo de aproveitar o feriado, hein? Ao chegar em casa me muni da grande e querida Kuro-chan, nossa Lumix, e fui para a rua capturar umas imagens. Eu gosto de brincar com a cam, ela tem boas funções e versatilidade, e mesmo sem ser profissional, tira fotos de qualidade, com boas cores, principalmente ao serem vistas em LCD.
Claro, eu só fiz isso mesmo porque meu computador sofreu um derrame e não há Windows que suba, assim, estou desprovida de minha linda máquina, o que significa que aquele CD da Ashley Tisdale e aquele DVD do FSN não vão sair tão cedo. Tudo por que ia ser feito um upgrade para um processador melhor junto duma nova placa mãe Asus du mal. Por favor, um minuto de silêncio pela grave doença de meu Puppet, esse sendo aquele computador inútil que eu amo de paixão.
Ele que não me venha falar de ciúmes depois só porque agora estou testando o Vista no notebook do daddy. Coisa que eu odeio, esse notebook de teclado estranho e sem mouse. Mas ainda assim, é prático... Pelo menos ajuda para que minha crise de abstinência não seja muito forte. O que eu não entendo é a falta do pacote Office nessa joça, que me impede de passar a limpo minhas histórias para adiantar... como isso? Oops, me enganei... temos pacote Office aqui sim, e 2007 ainda! Ooooh! Como é o comando de executar mesmo? Ai, Win Vista é uma provação... Sim, o comando é winword...
Eu não sou nada fã dessas aplicações Vista, incluindo o próprio sistema operacional, que não passa de um belo ecrã (como dizem os portugueses) pouco funcional. O triste é pensar que a Microsoft só tende a piorar as coisas para nós. Por isso que o Linux se apresenta tão empreendedor. Mas informática não é meu assunto favorito, vou parar por aqui.
A coisa que mais me impressionou nas últimas semanas foi a discografia da cantora nipo-havaiana melody. Não imaginei que ia gostar tanto, mas a voz dela realmente é muito melodiosa e doce. Seu inglês é impecável, visto a herança americana, o que é um ponto positivo, já que ela pode conceber uma linda canção como a que aparece no seu último single ("Lovin' U"), "Our Journey". Há muito tempo não ouvia uma música que me fazia querer chorar de emoção como essa...
É madruga de segunda-feira agora. Não tem ninguém no MSN. 02:15. Nami Tamaki canta "Promised Land" no MP4 do meu primo, e enquanto escuto a voz nasal da japonesinha nos fones de ouvido me lembro do novo corte de cabelo da Wanessa Camargo e como o estilo dela me lembra os das cantoras de J-Pop.
Vou terminar por aqui, senão acho que não pararia mais de falar... até mais!

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Beautiful World


Senti duas coisas sobre a iniciativa de Hideaki Anno em trazer Evangelion à tona quando há um ano atrás li sobre isso: a primeira sensação, na época, foi suspeita misturada com implicância.
Estava com um pouco de raiva da série na época, tinha o final do filme recente.
Nunca disse que não gostei, concluí algumas coisas, refleti sobre um pouco de tudo. Entretanto, a revolta me dominou diante de tantas coisas desconexas. Aquele fim terrível, o Terceiro Impacto e um começo não muito diferente daquilo que a NERV queria abolir. Interessante e ao mesmo tempo odioso. Achei que perdi meu tempo.
Julguei Evangelion uma série extremamente masculina. A maior parte da problemática da série mostra questões que afligem os homens mais intensamente e também como um rapaz lida com elas. Nunca tinha observado nada igual. Tudo é muito humano, chega a ser tão humano que desagrada, aquela coisa às vezes injusta, às vezes impulsiva, às vezes impura que vive em cada um de nós.
Acho que foi no site da Herói que li sobre os novos quatro filmes que intentam fazer uma reconstrução, uma releitura, de toda a série, até o episódio 24, e que se diz em busca de clarear mistérios e inclusive modificar o final, que o próprio Hideaki Anno desgosta.
Li e deixei para lá, esqueci.
De repente, há alguns dias atrás, me deparei com uma capa da Rolling Stone japonesa. Percebi então que minha birra por Evangelion foi amainando ao passo que os novos filmes iam progredindo na produção.
E eu gostei do que vi... me interessei! Esta foi a segunda sensação.
Meses atrás, li que quem cantaria os temas para o primeiro filme da tetralogia seria Utada Hikaru, e a voz dela, conhecida e celebrada por mim, me obrigou a baixar o single para ouvir. Ouvi algumas vezes, achei muito bom, mas o que me fez pegar gosto mesmo foi o clipe, que mostrava cenas do filme - a primorosa animação espantosa (com qualidade digital, enfim) usada em vista de quem assistiu aquelas imagens um pouco apagadas de 1994.

O vídeo acima não é o clipe completo, porque este ainda não foi divulgado nesse estado, mas uma boa prévia do que há de vir.

Na primeira vez que assisti, prestei atenção em um ou outro detalhe, as mudanças sutis e a alta qualidade da animação. E enfim, prestei atenção na música cantada pela voz maravilhosa da Hikki que há tempos não ouvia e tinha saudades.
Resultado: me encontro cheia de expectativa sobre o "Rebuild of Evangelion" (nome da tetralogia).
O que espero do primeiro filme?
Não tenho certeza sobre a quantidade de roteiro original que será abordado nele. Estou ainda assim curiosa para saber as novas conclusões que poderão ser tiradas e novos detalhes apresentados. Acho que o universo de Evangelion é atraente e inteligente, mesmo que eu não concorde com uma porção de coisas vistas e ouvidas na série que revolucionou indubitavelmente a animação e o modo de encará-la.
Se existe uma nova forma de vê-la, não quero perder! Assim como o Terceiro Impacto, acredito que uma terceira sensação me visitará, mas esta, só depois de prestigiar o filme...

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Lados


Um dia variado, suave e agitado é como eu posso definir minha última sexta-feira.

Por algum motivo, elas são sempre especiais.
Primeiro, por que marcam o fim de mais uma semana de trabalho, de rotina, de cansaço e abre oportunidade para uma leve mudança de ares.
Segundo porque elas nunca são iguais, sempre trazem um quê de surpresa e novidade ou de expectativa.
Essa me serviu para algo muito útil: aprendi mais de mim e dos outros!
Aprendi que assim como o meigo Aluado de Harry Potter, personagem que até tinha esquecido existir, eu tenho uma pequena fera dentro de mim, uma lobinha voraz e irritadiça que pode ser um pouco desagradável ou intratavel, inconveniente e praticamente orientada a impulsos. O que fazer quando eu me transformo nessa ferinha? Hoje, por assumir repentinamente essa forma, eu aproveitei... nem sempre tenho essas liberdades, estou consciente porém que preciso reforçar as correntes que mantém minha parte lobinha contida...
Resolvi que uma das minhas opções de faculdade será definitivamente Psicologia. Embora me identifique com uma porção de áreas, esta é uma que realmente não vai sair da minha lista tão cedo. Tenho medo de assumir o compromisso com Freud e companhia às vezes, mas afinal, se eu não correr pelo menos esse risco na minha vida como é que vou viver?
A gente pode ser super protegido por nós mesmos, essa coisa de auto preservação não pode chegar a níveis mórbidos...
Descobri que um dos pequenos prazeres da minha vida é desenhar. Meu traço pode ser inseguro e instável, mas alegra demais fazer o quadro mental de cada novo desenho que quero um dia transformar em grafite sobre celulose. Escrever tem sido meu drama, entre um bloqueio e outro, e fiquei feliz ao notar como a história está seguindo sozinha o caminho que ela quer, quase sem interferência minha. Em seguida, divido meus prazeres entre ler e jogar Game Boy, que é o único videogame que essa casa tem. Assistir DVD ou TV vem em última coisa. PC rules!
Me pergunto porque as pessoas de opinião formada se tornam tão extremistas... É mesmo preciso isso para defender um ponto de vista? Minha mente está sempre passeando flexiva por toda gama de assunto, aprendi a ser mais tolerante e versátil, a não me prender muito fixamente numa idéia só. O mundo é tão diverso, rico e variável que ser tão decidido quanto a algo eleva a pessoa a um nível intragável de idealismo vão. É preciso criar um equilíbrio para ter uma noção saudável e satisfatória da sua vida e do mundo ao seu redor. Ter a mente e coração aberto para compreender cada sutileza envolvida em qualquer situação, mundana ou não.
Achei legal a frase que ouvi mas não lembro com certeza. Viver num mundo de faz de contas é bom e muito fácil - mais ou menos isso que foi dito. Pior que é, né? Mas uma hora chega o fim do arco-íris e ele fica distante demais para subir de volta para a cavalgada.
Interessante mesmo é que o mundo de faz de conta nem sempre é feliz. Nem sempre a ilusão que vivemos é boa, para distrair, entreter. E quando seu mundo de "make believe" é só uma opção mais cruel da realidade, que você mentaliza para fazer tudo ser mais difícil? Complicar as coisas é muito simples.
Me diverti com a espontaneidade de todos hoje. Senti uma sintonia que há anos não sentia... Tinha esquecido de como era bom...
Hoje, aconteceu de novo, depois de tanto tempo, me fez lembrar que em remotos anos de colegial as tardes de domingo eram passadas e dedicadas a um conversê sem fim de tantos assuntos, quase sempre profundos, eu traçando perfis de meus interlocutores. E hoje foi exatamente assim: conversa diversa divergente que enquanto discute o universo não leva a nada, não serve para encher nem uma casca de noz. Uma hora tão longa e sem preço... Fim de tarde agitado, verdadeiro, insano. Uma integração entre todos, uma disposição em escutar, em aturar, em dizer e gritar (por que não incluir também em cantar até com air guitar?) - disposição de ser quem você é sem rodeios, sem "doushite"... Entre decidir e hesitar, entre ser e negar, entre querer sem poder.

Enfim, meu fim de semana começa bem. Como vai terminar, só vou descobrir em 48 horas, muito mais do que Jack Bauer sonhou...
Que a força do lençol esteja com você! *tosco isso... mas irresistível*

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Battle Royale


Battle Royale:

Um breve conto de tensão

Idéia insana nascida da vontade de quebrar a rotina, exercitar gênero literário diferente, se aproveitar de um tema interessante e propor uma reflexão. Interprete como lhe aprouver.
Talvez eu não seja bem sucedida, talvez não fique mesmo nada bom, e falte tempero, falte sustos... talvez, falte sentido. Mesmo assim, espero que gostem.

A minha respiração cansada seguia mesmo assim o ritmo acelerado de meu coração. Eu corria sempre, o mais rápido que podia. Corria, corria, parecia que em círculos, mas não importava direito para onde ia, desde que conseguisse escapar. Fugia do quê? Depois de tanto correr, parei um minuto para pensar na resposta, mas não consegui ficar mais de um minuto. Uma forte sensação de que algo me perseguia estava me assombrando, embora a única coisa que se movesse ao me redor fossem as árvores ao sabor do vento. Tinha chovido muito durante o dia. Estava muito escuro, muito silencioso e úmido. Me arrastava entre a folhagem, tentava me libertar daquela prisão, porque a verdade é que eu era prisioneiro do medo.
O que tinha me levado ali? Todos nós fomos vitimados, mas eu tinha decidido lutar. Não podia permitir me tornar apenas um brinquedo a mais do sistema, mas fazer uma diferença, a menor que fosse, nem que isso significasse morrer sem transigir meus valores. Por causa desse compromisso comigo mesmo eu estava correndo ali. E estava tão frio, e eu procurando uma saída inexistente. E eu ciente disso.
Meus inimigos eram aquelas pessoas tidas como mais próximas, e não sabia como enfrentá-las. A loucura tinha tomado a mente de muitos, provando que não há nada nos laços de convívio que resiste na situação em que nos encontrávamos. Era uma situação extrema, eu concordo, a única coisa que eu queria era sair vivo dela. O triste foi admitir que não haviam muitos meios para isso a não ser em ceder para a loucura que permeava todo o ambiente e cada canto escuro da onde poderia aparecer algo que me pegaria despreparado. Tudo o que eu queria era me manter naquele jogo, não precisava vencer, me bastava ser um peão que conseguia a coroa, entretanto queria fazer isso por um caminho inofensivo. A impossibilidade disso, entretanto, me fazia continuar a correr.
Um ruído próximo me fez estático. Observei a volta. O que é que divisaria naquele escuro sem fim? Eu fraquejava, cansado, sentia minhas calças molhadas, não sabia mais se da umidade da terra, da água da chuva ou dos tiros. Coloquei minhas mãos nos cabos de meus revólveres. Eles eram frios, não hesitavam em atirar, porque não tinham coração. Só que eu não era apenas uma máquina, um autômato seguindo um comando. Eu raciocinava, e talvez isso tenha sido minha perdição.
O que você teria feito naquela hora?
Eu sabia que não tinha muita munição. Sabia ter o número limitado de três escolhas a fazer. A vida de repente parece fácil se formos analisar. Apenas uma das três opções...
O barulho silenciou. Entretanto, isso não me tranqüilizou. Me mantive imóvel, porém atento, ofegando e pensando que medida tomar, como escapar daquela armadilha toda a me rodear. E quanto mais esperava, mais e mais eu me via cercado e incapacitado pela tensão. Via vultos em todos os lugares, e sentia arrepios e com as mãos trêmulas eu puxei os dois revólveres.
O som, o som dos gatilhos soltos em cima de meus dedos. O som da folhagem se agitando aqui e de repente ali e logo depois bem ao meu lado. O som do sussurro - do vento? - sobre meu ombro. A loucura... o medo... a indecisão.
Morrer, matar ou se render.
Sem tempo para pensar.
Tudo úmido.
Tudo escuro.
Tudo escuro.
O ruído outra vez, ele veio até mim, me virei aperrando minhas armas. Senti o hálito do revólver no disparo. O estalo. A luz. A perturbação na mata fechada e quieta.
Gravidade. O chão recebeu meu corpo sem dó. Me lembro bem. Sentia escorrer, era quente e viscoso o sangue que me cobria. O rosto no escuro daquele que fez sua escolha nunca foi claro para mim. E eu não posso culpar ninguém.
A vida se assemelha a um Battle Royale... qual das escolhas você vai fazer?
O que é mais importante para você? Quanta pressão você pode resistir?
Questões a se refletir... decisões a fazer... resultados para colher.
Se você não entendeu nada da postagem, dê uma passada na mãe dos burros: http://pt.wikipedia.org/wiki/Battle_Royale

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Comédia de Erros

Sabe aquelas coisas que acontecem e no momento você só consegue se sentir mal, com raiva, com mágoa, com tristeza? E você diz que quando olhar para trás vai lembrar e rir, falando isso para se consolar? Essa comédia de erros que é a nossa vida, esses pulsos de clock... Eu quero a Física Quântica logo, eu quero a perfeição, tenho certeza. O dia que ela vier, vou ser completamente contente, por que estou cansada de errar, de deixar a desejar.
"Aprenda e continue!" dizem. E isso é consolo? Pelo menos, eu tento encarar isso como um. Afinal, estão me dando uma chance para alguma coisa que não sei ao certo o quê. Pois, afinal, sei que vou cometer muitos outros erros, alguns piores que este ou aquele, mas não sou uma pessoa que aceita facilmente isso de errar. Não que eu relute em admitir a falha, porque acho que a arrogância não leva a nada além da vergonha. O que eu detesto é magoar as pessoas. Mas eu sou apenas um infeliz ser humano incapaz de ser correto em todas minhas ações e inevitavelmente, apesar de meus esforços, cometo deslizes que ferem. E a pior ferida é a que me aguarda, por que eu amo exacerbar essa ferida até que ela se torne uma lepra no meu coração, para me fazer contorcer. Eu, de todas as coisas, curto a dor mais intensamente.
Mas estar em contato é sofrer e criar atrito, não tem como fugir. Há coisas desnecessárias, há coisas acidentais, há as imperdoáveis e há aquelas que serão curadas pelo tempo.
E será que realmente quando eu olhar para trás, para tantas falhas, tropeços e tolices, eu vou rir? Vou rir de mim mesma e sentir que foi tudo tão mundano e desnecessário o sofrimento que passei?
Será que a comédia de erros não se trata de tragédia grega modernizada em sitcom? Será que errar é tão natural assim? Eu nunca vou aceitar isso. Me recuso, teimosa.
E peço desculpas, porque acho que erro em parecer tão frágil e sensível nesses últimos posts. Você pode me aceitar assim?
Mas a verdade é que não foi para isso que vim aqui, mas resolvi aproveitar o tempo e desabafar mais um pouco sobre a tensão que passei num sábado aí. Porque aqueles que eu amo eu quero proteger, cada um deles, e não decepcioná-los. E agradeço a compreensão e o sermão e o ouvido de cada um desses.
Deixe-me ir lá passar a limpo mais um trecho indeciso da "Harajuku no Monogatari".

Put a smile upon your face! ^^

sábado, 18 de agosto de 2007

E se...


Acho que esse se constituirá meu primeiro aborto. Não se assuste. Talvez, como sempre, eu esteja sendo dramática demais. Talvez, eu esteja sendo mesquinha e egoísta.

Ao mesmo tempo, é bom deixar as idéias fluírem um pouco para aliviar o peso que elas causam na mente da gente. Eu assumo as conseqüências daqui em diante. Você que assuma as suas ao terminar de ler.
E se você morresse?
Quantas vezes eu já não mentalizei o que poderia acontecer diante do recebimento da notícia que alguém querido para mim morreu! Eu ia chorar? Eu ia ficar em choque? Essa cena rolando na minha mente parece tão real, ao mesmo tempo tão embaçada, sem sentido. Pode ser que você me ache mórbida, fria ou até mesmo cruel, mas não, nunca desejei sua morte, pode ficar sossegado. Eu sempre me vejo em desespero ao mentalizar essas idéias funestas.
Mas o "e se..." que quero abordar não é esse. Foi levada por um desses pensamentos que me ocorreu:
E se eu morresse?
Pensamentos suicidas? Sim, já tive muitos. Acho que quem vive inevitavelmente questiona a morte, assim como eu já fiz aqui mesmo nesse blog. Estou sendo repetitiva? Pode até ser que sim. Meu jeito é ser prolixa mesmo, beirando o exagero. Se não gosta, pelo menos, releve.
E tem momentos da vida que tudo é tão escuro que só a morte parece solucionar a dor passada. Já achei que se eu não existisse, não faria falta. Já chorei a noite toda orando para Deus que me perdoasse esse desejo. Acho que hoje vai ser mais uma dessas noites. Acho que não...
E, de forma racional, às vezes penso como é que seria a vida continuando sem mim. Como reagiriam os meus amigos, meus pais, aqueles que tiveram algum contato comigo. Sairia um daqueles comentários sobre eu ser tão nova, sobre eu ter uma vida toda pela frente? Faria alguém feliz o fato de que eu morri? Mudaria algo?
Será que minha existência nessa Terra significa alguma coisa? Significa alguma coisa para alguém? Minha presença aqui faz alguma diferença?
Isso soa egoísta? Pode ser que sim. Ao mesmo tempo, não me importo muito com o que possa soar. Eu sou apenas um número entre seis bilhões... Quantas pessoas deixam de existir como indigente? Ninguém lembra delas. Ninguém lamenta, ninguém pára para pensar por quês, quandos e e-agoras.
É por que a vida vale mesmo a pena, senão eu já tinha desistido de viver.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Monique no País do Fim de Semana


Queria escrever aqui!

Ah, mas sobre o que?
Não sei bem, a vontade de escrever vem forte, principalmente nesse primeiros horários da madrugada.
Bem, sendo assim, farei deste um post abordando detalhes recentes.


1 - Pulsos de clock
Estava analisando o dia de hoje, que foi meio ruim, mas indiferente para mim. Concluí: a vida é transmitida em pulsos de clock. Para o processador de seu computador isso pode ser muito bom, mas para mim não é não! A vida tem uns e zeros - altos e baixos - e essa inconstância incomoda!
Não quero uma vidinha perfeita, mas só um pouco de conforto.
Enfim, na sexta-feira tudo era empolgação aqui em casa, eu tinha descoberto um primo bem na sala de aula onde eu trabalho! Eu fiquei tão feliz com a notícia que não sabia parar de pensar nisso! E meus pais ficaram super interessados e contentes também, foi muito legal!
Fiquei abobada dois dias por causa da revelação! ^^ Só de pensar que meu Filhote é meu primo, ficava tão feliz!
Então, veio o sábado: acordei tarde, arrumei gaveta, encapei caderno, faltei da reunião (menina má! ¬¬), fiz um desenho que gostei muito (olhe no meu devART! O link tá lá embaixo :D) e, embora não muito afim, comi pizza. Foi um dia normal.
Mas aí, chegou o domingo e com ele o impulso 0 do clock.
Por que é que pai dá tanto problema para a gente? Viver em sociedade não é fácil. Fomos fazer compras, mas sei lá por que, sem motivo, meu pai ficou bravo e o clima acabou. Não achávamos o que queríamos no Carrefour Bairro lá... meu pai não cooperava, minha mãe desanimou e eu tentava manter os ânimos até que enjoei da situação.
Chegando em casa, meu pai sumiu, minha mãe se enfiou no quarto provavelmente chateadíssima com o dia e eu e meu irmão ficamos de escanteio.
Na hora do jantar, super clima chato! Ninguém fala nada, minha mãe mal, meu pai indiferente e eu cansada disso tudo.
Quando eu fico deprimida, minha mãe me adverte, com sermãozinho até. Me manda levantar, não quer saber o que eu estou sentido. Isso funciona. Ela sempre foi meu baluarte. Continua sendo e nunca vai deixar de ser. Mas hoje vi um pouco do outro lado dela, aquele que há tempos não observava. Percebi que em algum momento da minha vida eu vou precisar ser a sustentação dela.
Será que serei capaz? Vou ter de aprender a lutar contra os pulsos de clock assim como tantas vezes eu a vi fazer.
O que salvou meu domingo de ser um fracasso completo foram meus amigos no MSN, especialmente minha querida Cris Onee-san que apareceu após muitos anos e me deu ótimas notícias! Tenho tanta saudades dela!

2 - Harajuku no Monogatari
"História de Harajuku" é a tradução desse título aí, que dá nome a uma história que ando escrevendo bastante, passando na frente de toda a enorme fila de fics e histórias começadas! É assim, que frustração, eu só sei começar as coisas e não terminá-las... Sou muito Rei mesmo (segundo o teste feito em sala de aula com um professor temperamental de psicologia)!
Garoto mau+Menina boa = roteiro agitado!
Usando da mais simples fórmula para escrever romance, resolvi me aventurar a transmitir um pouco da cultura rica e diferente de um distrito de Tóquio, Harajuku, por meio de um romance envolvendo membros de tribos urbanas diferentes e descrevendo sobre seus hábitos, pensamentos, relacionamentos, conquistas e dilemas.
Não é aquela coisa água com açúcar, mas tem uma boas pitadas do drama do qual não se viver sem... e é bem divertida de escrever. Constituí o meu vício atualmente e semana passada tive ótimas idéias para a plot!
Bem esse romance tem muitas notas culturais e estou pesquisando bastante para escrevê-lo. Acho que é esse desafio que entretem tanto e me faz querer escrever mais e mais!

3 - Ruindows!
Não suporto mais meu Puppet! Maldito PC que trava Word, Media Player, Shareaza que não conecta, blue screen que surge do nada, rede que desaparece! Vou jogar água nele! Vou mesmo! ¬¬
Não suporto mais essa situação e ainda assim, não sei viver longe dele!

4 - Não quero ser Naru!
Estava pensando com meus botões enquanto lia Love Hina... Meio que me chateei com isso.
Estive botando umas idéias na cabeça que não vão me fazer bem. Afinal, enganar a si mesmo é uma coisa ridícula. Preciso me esforçar para não me sentir como a Naru na hora de se despedir do Keitaro, preciso me centralizar, como diz a Fergie em "Big girls don't cry", me encontrar, achar a paz que eu preciso. E isso não é tão difícil quanto parece, devo dizer.
Falando em Love Hina, devo dizer que gosto muito desse mangá, mas insisto em sentir que a partir do Volume 21 (da publicação nacional pela JBC) as coisas perdem o ritmo e eu não consigo continuar a leitura. Gostei tanto do que li até ali, mas agora não consigo ir em frente, tudo parece longo demais, sem objetivo.
Na verdade, ando com pouca paciência para qualquer tipo de leitura. Acho que ando preguiçosa demais... Preciso dar um jeito de curar isso.

Bem, acho que para essa madrugada já está bom!
Não gosto de post composto, mas se postar é preciso, cá está o produto de um fim de semana conturbado, com seus pulsos de clock, suas surrealidades, alegrias e descobertas!

Este post foi sugestão da minha mala favorita, uma Louis Vuitton de alto nível... Embora eu me esforçe, eu sei que nunca vou agradá-lo! E por isso mesmo é que é divertido.
Confesso, minha vida seria um tédio sem você!

Agradeço a todo mundo que vem comentando ou simplesmente lendo meu blog!
Espero que continuem achando-o interessante.
A "alice" aqui promete trazer alguma coisa mais substancial num próximo post!
Amo todos vocês!

Reader