sábado, 14 de fevereiro de 2009

Caos Criativo II - Revisão infinita

Um texto é meio como um muro, não concorda?
Você intercala palavras, frases e idéias até que construam algo - e é preciso conhecer muito bem as técnicas de entrelaçamento para que tudo não acabe desabando. A única vantagem do texto em relação ao muro é que você pode voltar atrás quantas vezes quiser e revisar até que esteja completamente satisfeito com a solidez.
E então, eis a máxima questão: quando é que acaba a revisão? Quando é que a gente fica satisfeito? Quando é que o muro literário erguido está em fim pronto?
Pois, eu posso revisar meus textos infinitamente! Será que autores consagrados concordariam comigo?
Revisaria eternamente, primeiro, pela grande quantidade de erros de ortografia que acontecem sem eu perceber. Depois, pelos erros de gramática, da qual estou longe de ser mestre, e concordância. E depois, pela falta de madurez.
Os textos imortalizam fases, idades e pensamentos.
Como comecei a escrever muito cedo, muitas coisas de minha autoria que leio agora não me fazem nenhum sentido ou me agradam. Meu único desejo em relação à elas é revisar, reorganizar, consertar.
Mas seria justo? Seria o melhor?
O texto é minha identidade. Enquanto ele permaneceu como foi criado, eu fui mudando. Às vezes parece querer demais do pobre que ele me acompanhe e parece injusto com ele forçá-lo a mudar para se encaixar ao molde dos meus pensamentos e preferências atuais. Por outro lado, chego a não tolerar ou ter vergonha de muito do que coloquei em palavras. Não que realmente me arrependa de algo que tenha escrito só porque soa infantil, bobo ou amador, porque como citei acima, o texto é meu subjetivo materializado e eu mesma não nasci pronta - vou ser pueril, bobinha e amadora em muitas coisas daqui até o final da vida.
Todas essas considerações me levam à conclusão que não posso deixar que as revisões tomem esse carater infinito ou me imobilizem a ponto de eu desgostar com intensidade de tudo que fiz. Porque então seria mais fácil reescrever tudo a cada cinco ou dez anos (o que ironicamente, não seria nem fácil nem gostoso de fazer).

Tente adivinhar quantas vezes revisei esse texto antes de postá-lo! ;)

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