Caos Criativo I

Não devia estar aqui, mas exatamente por esse motivo é que estou.
Tem horas que é difícil escrever. E não estou falando disso que agora estou fazendo nesse blog. Estou falando de literatura.
Quanto mais aprendo sobre literatura, mais difícil é criá-la.
E cheguei num ponto onde acreditei seriamente que nunca mais seria capaz de escrever uma linha sequer de literatura. Essa fase ainda não passou por completo, embora as histórias estejam todas efervescendo em minha mente. Até as que ainda nem comecei a escrever.
É como se o caminho que eu segui por tantos anos de repente fosse interditado para obras sem engenharia. Estou perdida.
As idéias que tenho parecem sem sentido, sem lógica no mundo, coisa clichê demais para o gosto de todos, simples demais ou impossível demais fora do plano das minhas idéias.
Um caos.
Queria ser capaz de organizar esse caos.
E de repente leio esse livro muito bom dessa Fulana muito talentosa, que usa palavras que nunca vi na vida num estilo do qual não se espera tanta formalidade.
E disso arranco inspiração, só que fico horas olhando uma tela do Word cheia de palavras, um arquivo de 500 páginas e praticamente 4 anos de existência, e nada sai além de revisões gramaticais, uma reorganização de parágrafos, uma edição de idéias que não cabem no contexto.
O que eu fiz esse tempo todo, no que foi que eu investi?
Porque agora cheguei num ponto onde nada mais funciona e as engrenagens que moviam a tecelagem da minha cabeça de repente ficaram presas. Não sei o que fez com que parassem de girar.
E o pior de tudo é que não me conformo com essa situação! Quero escrever! Quero de verdade!
E é assustador imaginar que é o fim das minhas criações, por mais que sigam acontecendo na minha imaginação. Elas me atormentam assim, porque não consigo deixá-las sair por motivo desconhecido.
Espero encontrar logo um remédio para esse meu mal.