terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Publicité Parfum


Sempre achei as propagandas de perfume de grife muito atraentes. Que idéia! Uma sempre mais criativa que a outra. Isso quando se considera que estão vendendo algo que só vamos saber se gostamos ao experimentar. E assim tentam expressar o jeito da fragrância - o cheiro, o estilo e o tipo de pessoa a quem se destina - por imagens geralmente elegantes, luxuosas, surreais e européias.
Curioso como as fragrâncias são descrita através de adjetivos que não tem nada a ver com o odor, mas evocam as sensações do tato e do paladar. Em francês, a palavra "parfum", da qual nasceu a nossa palavra para designar "uma mistura de óleos essenciais aromáticos, álcool e água" (Wikipedia PT), pode também ser definido, em inglês, pela palavra ambígua que designa tanto cheiro como gosto, também vinda do francês, "flavor".
Deixando de lado o capitalismo, gosto de como as propagandas expressam atmosferas mágicas ou românticas e beleza. É certo que eles querem vender um produto caro usando de meios psicológicos e da aparência de top models e atores, pretendendo fazer moda e ditar sobre sucesso e beleza, no entanto as encaro como uma forma de arte.
Quem faz propaganda de verdade não vende, entretém. Cria algo agradável que tem seu méritos a parte da qualidade do produto. E, no caso das que anunciam esses tais perfumes luxuosos, quase smepre franceses, visto que são os melhores visto o seu passado glamuroso (ou não) da era das trevas, além de caras e misteriosas, necessita-se de inventividade para transformar o abstrato da fragância em algo que podemos tangir. Tudo é calculado para criar uma sensação.
A propaganda principal que me levou a escrever este post foi uma de uma grife que nem conhecia. Através dela me lembrei de quanto sempre apreciei ver esses anúncios e busquei no YouTube alguns exemplares. Terminei por escolher quatro.
Cada uma tem um motivo de ter sido listada.

A primeira é a musa do post.

Um perfume de Nina Ricci. Aqui vemos ressaltado mais um motivo pelo qual essas propagandas são agradáveis: elas mexem com os ouvidos. Quando passava na TV ao meu lado, me virei imediatamente para ver o que era, atraída pela música. Acho que por isso foi tão marcante.

A segunda é um clássico que não podia faltar.

Jeito interessante de mostrar poder e inocência sedutora ao mesmo tempo. Requinte e charme são marcas registradas da Chanel.

O terceiro anúncio escolhido é da Kenzo.

O que eu vi na TV era mais bonito, mas não consegui encontrar. Sempre surreal, ao melhor estilo de Botticelli, com adendos orientais visto sua origem, gosto de como são fluentes e leves. O sussurros são impossíveis de entender, entretanto.

A quarta e última exemplar é uma da Dior.

Bastante elegante e com a banda Muse cantando algo meio francês, é moderna e misteriosa. A modelo é ninguém menos que a linda Eva Green, que junto da voz de Matthew Bellamy dá um ar "James Bond" para a composição. Os tons de azul são ótimos e o anúncio ressalta um outro ponto quase divertido das propagandas de perfume: o timbre e a pronúncia das vozes que se limitam em dizer o nome e o criador da peça de arte envolvida - por que afinal, fazer perfume também é uma arte.

Interessante que a até a popular AVON se aventurou nessa de fazer propaganda de um de seus perfumes da última campanha. Eu não sou nada fã da AVON e de seus produtos de pouca qualidade (na minha opinião), e achei curioso esse fato. AVON grife agora? Está certo que a produção é joint com Christian Lacroix. O que importa é que o ad é muito bonito. Vem como bônus da postagem:

Não tem a mesma sofisticação francesa de nenhuma das propagandas acima, porque a moça fica falando todo o tempo, mas é direcionada para um público menos culto que europeu, o brasileiro, e não deixa de ser AVON (6).

Além da mídia televisiva, as grifes investem em impressos. Nas buscas para tecer o post, descobri um site-galeria com imagens de diversas campanhas publicitárias de diversas grifes.
Quem quiser dar uma olhada visite nesse endereço:

http://publicite-parfum.miniature-parfum.fr/

Mesmo eu sendo alérgica, consigo concordar que algumas fragrâncias são realmente deliciosas. Mas, por enquanto, eu prefiro ficar apenas com as propagandas...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Minha verdade favorita




Eclesiastes 3:11 diz:

"Tudo ele fez bonito no seu tempo. Pôs até mesmo tempo indefinido no seu coração, para que a humanidade nunca descobrisse o trabalho que o [verdadeiro] Deus tem feito do começo ao fim."





quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Slowmotion rewinding

Tem certas pessoas que atraem. Testemunham com você sem motivo aparente. Nem sempre são deslumbrantes ou bem-sucedidas, mas é alguma coisa interna que atraí e embeleza todo o ser. E então você percebe que gostaria de poder passar mais tempo com essa pessoa que te parece tão especial. Quer conhecê-la, descobrir quem é. Decide que deseja que outras pessoas já conhecidas suas precisam entrar em contato com ela. Uma coisa que você sente e que te impele. Uma sensação que, interessantemente, pode durar só um instante.
É como se você olhasse para aquela presença que esteve em sua vida todo o tempo e de repente, por um pouco, nota o quanto é importante e insubstituível. Poucas são as coisas assim. Por isso, naquele momento, talvez único, você resolve apreciar o valor.
Foi meio isso. Num relancear rápido eu o achei, me parecia mais bonito do que nunca. Era difícil dizer que era o mesmo de sempre. Era? Já faz um tempo que não falo com ele. Sua voz é igual a de uma outra pessoa. Sempre me dá uma má impressão. Me faz procurar alguém que não é ele quando estamos no mesmo ambiente. Divertido! Tem um jeito maroto de ser e leve, despreocupado. E me intriga sobre o que passa em sua mente distante.
Mas não é dele que vim falar, mas do que ele evocou. Será que isso é coisa da idade? Com certeza é tolice! Um pensamento que nasceu quando olhei as costas dele. Um pensamento que nasce por qualquer relance, qualquer motivo, às vezes frívolo, às vezes tão imperceptível para os outros e que faz tanta diferença num minuto.
Como somos influenciáveis! Segundos podem fazer diferença em nossas decisões, porque um pequeno desvio no curso nos pode direcionar para um caminho completamente diferente quando estas sensações são levadas em conta.
Ele não era quem eu esperava ver, mas estava lá... Ele era só alguém com quem eu mal falava, e de repente, ele foi algo demais...
Algo demais para quê? Isso não tem resposta porque não tem sentido. Não somos nada um para o outro do que meros conhecidos. Isso não me afeta em nada. O coleguismo dele é apreciado por mim como de qualquer outro. O que há de especial nisso? Quase, quase nada. Todos os amigos são especiais, uns mais que os outros entretanto. E assim, concluo que qualquer um pode ter um momento desses na minha vida. Quando olho, não só vejo como enxergo.
Foi coisa de momento. Não teve causa ou conseqüência, um momento de vazio, um estacionar de tempo. Vi um potencial. Senti. E logo depois tudo isso fugiu de mim se tornando tão presente quanto algo inexistente.
Foi como quando andei na chuva ontem à noite e murmurei: "neve...". O que significou para mim aquele momento foi tão momentâneo que o voltar atrás em pensamentos já não significa mais nada.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Regresso

Eu sei que sumi.
Deixe-me escrever alguma coisa aqui, então.
Ultimamente tem sido meio vazio. Não gosto de vir escrever sem propósito.

Estava conversando com um colega semanas atrás. E não sei porque, viemos a discutir sobre os cinco sentidos e sobre qual deles sentíramos menos em perder.
Escolha difícil.
Eu não viveria sem a visão. Não teria como. Embora eu não pratique muito, não sei o que seria de mim sem desenhar, e sei lá se conseguiria escrever sem poder enxergar. E sem escrever eu não vivo, de jeito nenhum.
O olfato às vezes passa por despercebido no nosso dia a dia. Mas este é responsável pela grande parte das nossas memórias. Amo quando sinto um perfume e ele me faz lembrar de alguma situação, alguma viagem. Será que abriria mão disso e não sentiria falta? Mas não conheço muitas pessoas incapazes de reconhecer odores, então é improvável que isso venha a acontecer. Assim também acontece com o tato e o paladar.
A audição que nos permite sentir o afago duma voz amada, duma canção agradável ou do terrível som do trânsito em sua ausência nos faria completamente alienados do ambiente em que estamos. Mas ainda me faria menos falta do que a visão. Um mundo de silêncio com certeza soa desesperador para nós que ouvimos, e não posso imaginar qual deve ser a sensação de não saber o que é ouvir ou como lidaria com ela. Pelo menos que ainda assim existe uma forma de se comunicar através da linguagem de sinal. É um consolo agridoce, mas não deixa de funcionar.
A fala sim me faria muita falta! Cantar é uma das coisas que mais gosto. Foi a primeira coisa em que pensei quando consideramos a perda da fala na nossa conversa.
No final, não conseguimos chegar num consenso, como se é esperado.
Que assunto estranho, não? Com certeza uma pessoa que sofre de qualquer deficiência faria de tudo para se livrar dela. Mas eu que sou saudável, fico pensando e escolhendo do que abriria mão. Claro que não quero perder nenhum dos meus sentidos. E ao mesmo tempo, é uma possibilidade, mesmo que remota.
Bem, mas e quanto a você: que sentindo você acha que lhe faria menos falta?

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