Quando comecei a ler romances (
novels), eu comecei por Danielle Steel. Para mim, não existiu melhor lugar.
Eu sei que os títulos dela são dramáticos, às vezes clichês, às vezes exagerados, mas ela leva uma história de época de modo cativante. O talento descritivo dela é saber contrabalancear a quantidade de informações dadas, liberando apenas as vitais. Além de escolher um momento pontual da história humana, ela utiliza uma série de recursos materiais para colocá-lo no clima da leitura.
O tipo de romance que ela cria é o tipo que me agrada e é aquele que eu também gosto de escrever: ficção com realidade.
Como é essa mistura? Acho que ela é a mais normal. Afinal, ela existe mesmo em toda a literatura. Foi a Danielle Steel que me ensinou, mas Machado de Assis e José de Alencar também fizeram.
Nunca esqueço o momento em que a Hiroko de "Honra Silenciosa" compra um cachecol do catálogo da Sears nos Estados Unidos da Segunda Guerra Mundial ou dos trajes Christian Dior que Kassandra de "O anel de noivado" usa na Alemanha antes de Hitler. Gostaria de poder lembrar de mais referências, mas a memória me falha.
Não sei o quanto associar itens à marca é interessante ou saudável, mas é certo que tudo isso exibe perfeitamente o momento na linha do tempo em que a história acontece bem como em que tipo de situação se dá, trazendo verossimilhança ao texto sem datá-lo inescapavelmente.
E para quem realmente gosta de se conectar à objetos e lugares, a história se torna prazerosa. Eu não sou materialista, porém me agrado em brincar com meus personagens dando a eles tudo o que podem dentro do nosso mundo. Isso acontece principalmente ao falar de carros. Porque a nossa imaginação começa a ficar mais solidificada.
Também quando se trata de moda, minhas histórias são datadas de acordo.
Na minha fic mais recente, não faltam referências a nomes de grifes e modelagens que expressam exatamente quão contemporâneo é a ação acompanhada.
Estava pensando em fazer uma relação dos detalhes, mas acabei decidindo que é dispensável.
O que você acha de injetar realidade na ficção? É assim também no cinema, na novela, no seriado...
Mas na literatura há espaço para isso?