Responda rápido!Eu sempre soube responder essa pergunta, embora a resposta se incremente a cada vez. É interessante ir descobrindo dentro de si novidades e perceber quão maravilhosamente somos complicados.
Essencialmente somos todos humanos, sentimos, queremos, pensamos basicamente o mesmo. Nisso reside a facilidade de compreender os outros, de nos juntar em torno de um ponto de interesse, de rir e chorar juntos. Isso explica as afinidades que temos. E as divergências? Elas vêm do fato que pensamos - somos iguais, mas aprendemos a desenvolver um caráter individual.
E na nossa mente, sem querer, definimos quem somos e como vamos estimular a mente de outras pessoas e por sua vez formar um pouco dela.
Você é: o que você come, o que você lê, o que você ouve, o que você dorme... Diga-me com quem andas, e eu te direi quem é. Somos animais processadores: processamos o que vem de fora, sintetizamos e de algum modo aproveitamos o estímulo. Somos animais criativos: com todas as ferramentas que temos, descobrimos, inventamos e criamos uma infinidade de coisas para nosso uso, nossa satisfação, nossa expressão.
Por sermos tão diferentes, somos iguais. Por sermos tão iguais nos compreendemos.
E ao mesmo tempo, não.
Em algum lugar, nos perdemos, existe um limiar muito tênue que não conseguimos definir, entre o que nos faz sentido e entre o que não é. Ali é onde nos perdemos e não podemos entender, justificar, aceitar a atitude do outro, a vontade do outro.
Cada um tem livre-arbítrio para usar o livre-arbítrio. A consciência de cada um é que dita as regras... De onde vem tudo isso? De dentro, da mente. O que vêm de fora só serve para lapidar.
E então eu me pergunto, porque foi que tudo isso aconteceu? Quando percebi, tinha perdido tanta coisa. E nem podia pedir para saber porquê, não estava no meu direito isso. A vida acontece tantas vezes no mesmo dia... cada um vive a sua, e lá, naquele limiar tênue, um não pode influenciar o outro.
E olhando ao redor, tantos outros perderam também... Perderam o que não se pode recuperar, o que é único... um sentimento. E eu, animal indagador, pensante, olho para o limiar onde não tenho influência, e o instigo, odeio! Ainda queria entender por que tudo teve de ser assim.
Quem você pensa que é?
Eu já não sei bem... mas eu sei quem eu gostaria de ser.
Não que eu não goste de quem eu sou.
Eu sou humana, animal em metaformose - sem casulo, sem lagarta ou borboleta - nunca ficamos prontos, não temos tempo o suficiente para finalizar. A gente se decide... é uma reação em cadeia - uma decisão sempre leva a outra, e de repente estamos em algum lugar que nem passava por nossa mente no começo.
E desse enigma de viver, dessa aventura constante e cotidiana que às vezes nem notamos existente, aprendemos tanto que a ação de ser e estar fica bem além de tudo o que eu escrevi aqui.
Texto do dia:
"Quer comais, quer bebais, quer façais qualquer coisa,
fazei todas as coisas para a glória de Deus." - 1 Cor. 10:31