segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Um livro para ler no fim do ano

Para mim, só tem um livro para ser lido nessa semana em que estamos - "O apanhador no campo de centeio".



Agora, eu não vou mais ser capaz de explicar o que eu senti lendo esse livro um ano atrás. Eu só sei que, qualquer um que já foi jovem e sensível consegue se relacionar com o Holden em seus dilemas e questões.
É tudo muito alegórico - a passagem de ano (o livro se passa em Dezembro, poucos dias antes do natal), as insatisfações, o desejo de proteger a inocência, o amadurecimento, o medo, as dúvidas, o desalento e a rebeldia que Holden vive com a história tem sempre muito a dizer especificamente a cada leitor.
Um pouco disso com certeza se deve pelo fato de que é Holden quem narra. A voz dele é muito poderosa e, ao mesmo tempo, meiga. Ele é reclamão e irritante, como qualquer adolescente, mas aos poucos ele vai revelando que, por dentro, verdadeiramente, é muito sensível e bondoso. Ele começa a ver o mundo com olhos novos ao passo que vai atravessando sua crise existencial, foge da escola, vaga por Nova York, pendurado nos orelhões, procurando por ele mesmo naquelas ruas, naqueles telefonemas.
É triste ler a tradução em português. Ela não transmite nada do Holden original, não sei se porque é uma tradução muito antiga ou porque o tradutor fez um texto sensaborão de fato, mas ainda assim, vale a pena. É um livro curto e fascinante, comovente e material para reflexão. Seguir Holden em sua fuga entre o frio e a solidão, acompanhar suas desventuras e percorrer seus raciocínios me fez lembrar de tudo que senti quando fui adolescente e entrar em contato com uma parte de meu espírito que antes estava esquecida.

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